A comissão da CART 2731 estava a aproximar-se rapidamente do fim e eu ainda tinha de cumprir mais um ano de serviço.
No início do mês de Junho de 1972, A CART 2731 foi colocada no Grafanil, a aguardar embarque para a Metrópole (Portugal) e eu na Casa de Reclusão, para cumprir o resto do tempo de serviço.
Recordo, a título de curiosidade, que a guerra colonial ou guerra do ultramar eclodiu em Angola, em Luanda, a 4 de Fevereiro de 1961, com três ataques quase em simultâneo, à prisão de S. Paulo, a uma esquadra de polícia e à Casa da Reclusão, descritos por Reis Ventura, no capítulo A Sentinela, do seu livro Sangue no Capim, escrito em forma de conto narrativo, com a particularidade de o comandante naquela altura, o tenente Seara, já falecido, ser ainda o mesmo que encontrei em 1972, agora com o posto de capitão.
O dia a dia na Casa de Reclusão nada tinha a ver com o que se passava na CART 2731.
Aqui, em Luanda, a minha vida era quase como se estivesse num emprego normal. Entrava às oito horas da manhã, ia almoçar, do meio-dia às duas, retomava novamente o trabalho, e às cinco era a hora da saída.
O resto do dia era para a farra. Luanda era uma cidade maravilhosa e tinha muitos locais para ocupar o tempo que restava.
Estava alojado na messe de sargentos, na Avenida dos Combatentes e era aqui que, por regra, almoçava e jantava, uma vez que as refeições eram mais baratas. De vez em quando substituía o jantar por uma mariscada, pois uma lagosta de quilo era mais barata que um bife em qualquer restaurante. O camarão era de borla. Bastava pedir uma nocal ou uma cuca (as cervejas que mais se bebiam em Angola) e o empregado servia-nos um prato de camarão para acompanhar.
Normalmente, uma vez por semana estava de serviço (sargento-dia) e as 24 horas desse dia eram passadas no interior da Casa de Reclusão, juntamente com os presos.
Para ver fotografias antigas da Casa de Reclusão AQUI
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