Após uma semana de permanência em Nova Lisboa, segui para o Luso. Desta vez, o meio de transporte foi o comboio, o célebre mala, como era conhecido por transportar a mala do correio.
Era um comboio movido a carvão, já velhinho, mas que tinha algumas comodidades, tais como carruagem-restaurante e carruagem-cama. Parava em tudo o que era sítio, estação ou apeadeiro. Foram mais de dois dias de viagem para chegar ao Luso.
Saí de Nova Lisboa na manhã de 10 de Maio de 1971. Ao anoitecer, o comboio interrompeu a viagem e estacionou na estação do Munhango, por motivos de segurança. No dia seguinte, também ainda muito cedo, retomou a sua marcha, tendo chegado ao Luso por volta das 13 horas de terça-feira, dia 11 de Maio de 1971.
As refeições foram tomadas no comboio, onde também pernoitei. Foi uma viagem inesquecível. O percurso era quase todo através da selva, onde a qualquer momento podíamos observar animais selvagens, correndo ao lado do comboio. A grande maioria dos passageiros era militar.
Quando o comboio parava parecia uma festa. A estação ou apeadeiro enchia-se de nativos, maioritariamente crianças, que pediam comida aos militares, especialmente latas de conserva e bolachas. Outros tentavam vender os seus produtos (bananas, manga, abacaxis, etc.) e recordações daquelas paragens (principalmente estatuetas esculpidas em madeira). Era um autêntico mercado ao ar livre, que decorria no espaço de dez ou quinze minutos, enquanto o comboio estava parado. Outros, ainda, iam apenas ver passar o comboio.
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